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Crimes sexuais contra crianças e adolescentes crescem 15% no Brasil; dados são de 2022

Outros crimes não letais contra crianças e adolescentes também apresentaram aumento, como o abandono de incapaz (14%), maus tratos (13,8%) e lesão corporal em violência doméstica (3,5%)

Foto: Artmed

O número de mortes violentas intencionais (MVI) de crianças e adolescentes no Brasil apresentou uma redução de 2,6% em 2022, com 2.489 casos em comparação a 2.556 em 2021. No entanto, os crimes sexuais contra menores tiveram um aumento expressivo, com os estupros aumentando 15,3% e a exploração sexual crescendo 16,4%.

Dos casos de MVI em 2022, 80,7% foram homicídios dolosos, 3% feminicídios, 0,8% latrocínios, 0,8% lesões corporais seguidas de morte e 14,5% mortes decorrentes de intervenção policial.

A análise por faixa etária revela que 45,9% das vítimas de MVI de zero a 11 anos eram do sexo feminino e 54,1% do sexo masculino, com as mortes principalmente resultantes de violência doméstica e intrafamiliar. Já entre as vítimas de 12 a 17 anos, 89,7% eram do sexo masculino e apenas 10,3% do sexo feminino.

O anuário destaca que o gênero se torna um fator de risco para os meninos, especialmente na adolescência, quando as mortes ocorrem predominantemente devido à violência urbana.

Os dados mostram que a desigualdade racial é uma parte estruturante das mortes violentas no país, com 67,1% das vítimas de zero a 11 anos e 85,1% das vítimas de 12 a 17 anos sendo negras.

As armas de fogo foram os principais instrumentos utilizados nos crimes contra crianças e adolescentes em 2022, contribuindo para 55,8% das mortes de crianças de zero a 11 anos e 90,8% das mortes de adolescentes de 12 a 17 anos.

Em relação aos crimes sexuais, os estupros aumentaram 15,3% em 2022, com 51.971 casos registrados, e a exploração sexual cresceu 16,4% com 889 casos. Os casos de pornografia infanto-juvenil também aumentaram em 7%, chegando a 1.630 registros.

Outros crimes não letais contra crianças e adolescentes também apresentaram aumento, como o abandono de incapaz (14%), maus tratos (13,8%) e lesão corporal em violência doméstica (3,5%).

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