Em uma coletiva realizada na Prefeitura de Paranaguá, nesta terça-feira (19), o prefeito Adriano Ramos (Republicanos) falou de forma veemente sobre o aumento de 23,92% nas tarifas de água e esgoto, prestadas pela Paranaguá Saneamento. Visivelmente irritado — sentimento que reflete a indignação de toda a população — Adriano explicou que o aumento não foi decisão da atual gestão, mas resultado de decisão judicial que aplica reajustes referentes à recomposição inflacionária dos anos de 2021 e 2022, período da administração anterior.
A realidade da população
“Nós bem sabemos que o esgoto transborda nas ruas de Paranaguá. Recebemos água suja nas torneiras da empresa Paranaguá Saneamento”, afirmou Adriano. Ele deixou claro: “eu não sou amigo da Paranaguá Saneamento, eu sou inimigo da Paranaguá Saneamento. E a Paranaguá Saneamento é inimiga da população de Paranaguá”.
O prefeito enfatizou que a luta da administração não é política nem contra um lado ou outro, mas em defesa do povo: “O aumento não está prejudicando a mim, está tirando dinheiro das famílias parnanguaras, dinheiro do nosso povo. Povo que não tem dinheiro pra comprar remédio, o senhor não tem coração. Eu vou pra cima, saiba disso.”
O que aconteceu uma semana após a eleição
Adriano Ramos destacou documentos que comprovam que, uma semana depois de perder as eleições, o ex-prefeito Marcelo Roque permitiu que o Conselho de Regulação da Cagepar aplicasse o aumento na tarifa. “Aqui, nesse lugar, nessa cadeira, tinha um prefeito amigo da Paranaguá Saneamento. Uma semana após perder a eleição, o Conselho de Regulação, formado por pessoas indicadas pelo ex-prefeito, aplicou um aumento de 23% na água e no esgoto”, disse o prefeito.
Ele ainda questionou: “Que esgoto nós temos na cidade? Que água de qualidade nós temos? Marcelo Roque, o senhor vai responder por isso. Eu não vou deixar barato.”
Medidas da atual gestão
Para enfrentar o problema, Adriano Ramos afirmou que a Prefeitura criou a Secretaria de Fiscalização dos Contratos, responsável por analisar aditivos e contratos das concessionárias. Ele ressaltou que já foram aplicadas mais de R$ 3,3 milhões em multas por irregularidades, e que a administração municipal está contratando auditorias e acompanhando o caso na Justiça, incluindo ações contra suposta poluição da baía de Paranaguá causada pelo despejo indevido de esgoto.
“Nós conversamos e eu disse que, para permanecer na cidade, tem que ter, no mínimo, 40% de redução da tarifa de água e esgoto”, reiterou.
Comparações e exemplos concretos
Durante a coletiva, Adriano Ramos trouxe exemplos práticos para mostrar que a atual gestão trabalha em defesa do povo, enquanto a gestão anterior desperdiçava recursos públicos:
- Redução de R$ 3 milhões no contrato de merenda escolar, mantendo a mesma qualidade.
- Economia de R$ 568 mil no contrato de impressoras da Prefeitura.
- Modernização do sistema de monitoramento, instalando 656 câmeras com inteligência artificial e reconhecimento facial, custando R$ 7.040 por câmera por ano, contra 97 câmeras antigas, sem tecnologia, que custavam R$ 37.500 cada por ano.
“Explica esses valores para a população, senhor Marcelo Roque. O senhor é inimigo do povo”, disse o prefeito.
A posição da Paranaguá Saneamento
Em nota, a concessionária afirmou que o reajuste de 23,92% passa a valer em 19 de setembro e que se refere à recomposição inflacionária dos anos de 2021 e 2022. A empresa justifica que o aumento é necessário para equilibrar as contas, manter serviços e realizar obras de expansão e manutenção. Segundo a concessionária, 100% da área urbana está atendida com água e 97% com esgoto, e projeta atingir mais de 99% de cobertura de água potável e 90% de coleta e tratamento de esgoto até 2033.
Quem realmente é responsável?
Enquanto o ex-prefeito Marcelo Roque tenta culpar a atual administração, os fatos mostram que a decisão que gerou o aumento foi tomada pela gestão anterior, através do Conselho de Regulação, uma semana após a derrota eleitoral de Roque, com o objetivo de aplicar reajuste que pesaria diretamente no bolso do cidadão.
O prefeito Adriano Ramos deixou claro que está do lado da população, combatendo irregularidades, aplicando multas e buscando meios legais de reverter ou reduzir os impactos do reajuste: “Eu quero dizer para Paranaguá Saneamento que eu vou arrancar vocês da cidade. Estou aqui para defender meu povo, minha cidade.”
No fim das contas, a lição é clara: quem paga a conta não é política nem administração, é a população, e a atual gestão está empenhada em fazer justiça e garantir serviços de qualidade. Como diz o ditado popular, “quem não deve, não teme“