No final de 2022, diversas colônias de pinguins-imperadores na Antártica enfrentaram falhas reprodutivas graves, resultando na morte de todos os filhotes, por afogamento ou congelamento, devido ao derretimento precoce do gelo marinho ligado às alterações climáticas, alertou nesta quinta-feira (24) um novo estudo científico da British Antarctic Survey (BAS), que destaca a perda de 100% dos filhotes em quatro das cinco colônias de pinguins-imperadores no Mar de Bellingshausen, oeste da Antártica. Imagens de satélite mostraram a diminuição do gelo marinho nos locais de reprodução antes que os filhotes desenvolvessem penas impermeáveis.
Essa situação sem precedentes reflete as previsões de que mais de 90% das colônias de pinguins-imperadores podem estar quase extintas até o final do século, devido ao aquecimento global. Esses animais dependem do gelo marinho estável ligado à costa para procriar e o seu derretimento abrupto, na região do Mar de Bellingshausen, durante o verão antártico, tornou a sobrevivência dos filhotes improvável.
Os cientistas destacam que as alterações climáticas são o fator mais significativo que influencia a mudança populacional a longo prazo para os pinguins-imperadores. O derretimento acelerado do gelo marinho ao redor da Antártica é evidente nos últimos anos; essa situação e o aquecimento do Oceano Antártico, são apontados como consequências do aquecimento global.
Os especialistas enfatizam a necessidade de ações políticas para minimizar as alterações climáticas, uma vez que os eventos observados são alertas alarmantes sobre as consequências inevitáveis se as tendências atuais continuarem. O estudo ressalta a urgência de conter o aquecimento global para preservar não apenas os pinguins-imperadores, mas também todo o ecossistema vulnerável da Antártica.