Cientistas relataram duas preocupantes ocorrências na Argentina e no Atlântico Sul nesta semana. Primeiramente, foi observado um enorme declínio no gelo marinho da Antártida. Desde 2016, a recuperação anual do gelo não tem alcançado os níveis anteriores, e neste ano o derretimento atingiu proporções alarmantes, encolhendo 2,6 milhões de km quadrados, equivalente ao território da Argentina.
Essa diminuição do gelo marinho é relevante para o cenário global, pois o gelo antártico desempenha um papel importante na regulação da temperatura da Terra, refletindo a radiação solar de volta ao espaço. Com menos gelo, mais energia solar é absorvida pelo oceano, acelerando o aquecimento global.
Enquanto isso, a Argentina enfrentou temperaturas históricas para esta época do ano, mais parecidas com o verão do que com o inverno, devido a uma combinação do fenômeno El Niño com as mudanças climáticas causadas pelas emissões de gases de efeito estufa. Esse aumento das temperaturas é uma tendência que provavelmente se repetirá com mais frequência no futuro, tornando-se um desafio enfrentar as ondas de calor e suas consequências para o país.
Os cientistas alertam que a contribuição contínua dos gases de efeito estufa na atmosfera só levará a eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos. A quebra constante de recordes de temperatura evidencia o ritmo acelerado das mudanças climáticas, destacando a importância de reduzir essas emissões para mitigar seus impactos devastadores.
Fonte: Marcio Resende via RFI Buenos Aires