Especialistas afirmam que o Brasil não está imune às ondas de calor mais intensas e recordes de temperatura, embora suas características geográficas sejam diferentes das do Hemisfério Norte.
Devido ao clima tropical, as populações brasileiras estão mais habituadas a altas temperaturas, especialmente no Nordeste semiárido.
As mudanças climáticas e a degradação dos biomas podem levar a verões cada vez mais quentes, especialmente no Centro-Oeste. Fatores como desmatamento na Amazônia e mudanças no Cerrado contribuem para eventos climáticos diferenciados.
Para lidar com essa situação, especialistas destacam a importância da mitigação (redução de emissões de gases) e da adaptação (proteção da população vulnerável aos eventos extremos). Contudo, as emissões globais ainda não diminuíram o suficiente, tornando a situação climática arriscada em todo o planeta.
Estael Sias, meteorologista do Metsul, afirma que, em geral, durante o segundo semestre, ou seja, no final da primavera e verão, é provável que as temperaturas fiquem acima da média em grande parte do centro-sul do Brasil, especialmente considerando o aquecimento global dos oceanos, que também pode contribuir para eventos climáticos rigorosos. No entanto, no Sul, o fenômeno El Niño pode resultar em mais dias de chuva, o que tende a reduzir os períodos prolongados de calor para a região.
A especialista aponta que os eventos extremos, semelhantes aos observados na Europa, têm o potencial de ocorrer em diferentes momentos do ano, sendo mais prováveis no Centro-Oeste entre setembro e novembro, e no Sul do Brasil durante o período de verão climático, que abrange dezembro a fevereiro.
No entanto, ainda é cedo para determinar as temperaturas exatas, mas os modelos europeus preveem um aumento de 2 ou 3 graus acima da média.
Fonte: Metsul – BBC News